Espécies MUITO comuns do Bairro
Das 102 espécies de aves já registradas na Vila Leopoldina (São Paulo), 10 espécies são facilmente observadas. De fato, em uma caminhada de 1 hora pelo bairro você provavelmente verá (ou escutará) quase todas elas. São espécies residentes (estão o ano todo por aqui) e são encontradas em quase todo o bairro. Entre elas estão algumas das aves mais conhecidas do Brasil, como o bem-te-vi, o sanhaçu e o sabiá-laranjeira.
Bem-te-vi
O bem-te-vi Pitangus sulphuratus possui entre 20 e 25 cm. Em geral, solitário ou em casais. Consome uma grande variedade de alimentos, principalmente insetos, mas também frutos, flores, ovos de outras aves, girinos e outros vertebrados.
Onde e quando encontrá-lo: Provavelmente a ave mais conspícua do bairro. Pode ser visto diariamente, em qualquer local do bairro. O bem-te-vi é uma das aves mais comuns na área, sendo visto em todos os locais, de praças arborizadas até as áreas com menos vegetação (ex: Imperatriz Leopoldina). Faz ninhos nas caixas dos postes de eletricidade. Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Wikipedia. |
Sanhaçu-cinzento
O sanhaçu-cinzento (Thraupis sayaca) possui entre 16 e 17 cm. Em geral, voam aos pares. Consome principalmente frutos, mas também insetos e néctar. Onde e quando encontrá-lo: O sanhaçu-cinzento é uma das aves mais comuns na região, sendo observada diariamente em todo bairro, especialmente em jardins e parques mas também em ruas com pouca arborização (Rua Guaipá). Visita bebedouros para beija-flor e comedouros com frutas em varandas e jardins. Voam rapidamente através das copas de árvores e arbustos.
Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Wikipedia. |
Cambacica
A cambacica (Coereba flaveola) mede 10cm. Em geral, solitária. Consome néctar, frutos e insetos.
Onde e quando encontrá-lo: A cambacica é uma das aves mais comuns do bairro, sendo encontrada diariamente nas árvores e arbustos de qualquer jardim, em geral em plantas em flor. Visita bebedouros para beija-flor em varandas e jardins. Porém, é mais fácil ouvi-la do que vê-la por causa do pequeno tamanho e por se movimentar rapidamente dentro da copa das árvores e arbustos. Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Leon Bojarczuk (Wikipedia). |
Beija-flor-tesoura
O beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura) possui de 15 a 19 cm. Solitário. Consome principalmente néctar, mas também insetos.
Onde e quando encontrá-lo: É uma espécie residente e muito comum no bairro, especialmente nas áreas arborizadas. É visto voando rapidamente de uma copa da árvore a outra e, eventualmente, empoleirado em fios da rede elétrica. Visita bebedouros para beija-flor em jardins e varandas, atacando cambacicas, sanhaçus e outros beija-flores que se aproximem. Foto: Dario Sanches (Wikipedia). |
Sabiá-Laranjeira
O sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) mede 25 cm. Solitário ou em pares. Consome insetos e frutos e outros invertebrados de chão.
Onde e quando encontrá-lo: No bairro, é uma ave residente e comum em ruas arborizadas (ex: Rua Carlos Weber) e parques, se movendo no solo, voando através de árvores e arbustos, ou pulando em muros e postes. Visita comedouros em jardins, mas raramente em varandas de prédios. É particularmente comum no Pelezão. Canto: No início do verão, quando se reproduz, canta de madrugada. Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Mathias M. Pires. |
urubu
O urubu (Coragyps atratus) mede de 56 a 74 cm. Solitário ou em pequenos grupos. Consome carniça e matéria orgânica em decomposição.
Onde e quando encontrá-lo: É a ave de rapina mais abundante no bairro, podendo ser vista diariamente sobrevoando a área nas horas mais quentes do dia ou pousado no alto de prédios (ex. Rua Schilling), particularmente no fim da tarde. Foto: Wikipedia. |
Periquito-rico
O periquito-rico (Brotogeris tirica) mede 21 cm. Visto em bandos. Consome sementes, frutos, coquinhos e flores que procura em árvores e arbustos. Visita bebedouros de beija-flor e comedouros com frutos em jardins e varandas.
Onde e quando encontrá-lo: É muito comum no bairro, especialmente em ruas arborizadas (ex: Passo da Pátria). Pode ser avistado diariamente, voando rapidamente por sobre as ruas, na copa das árvores em praças ou em cima do telhado de casas. Foto: Ben Tavener (Wikipedia). |
Maracanã-nobre
A maracanã (Diopsittaca nobilis) mede cerca de 30 cm. Vive em bandos. Consome coquinhos, frutos e sementes.
Onde e quando encontrá-lo: É muito comum no bairro e, quase todo dia, é possível ver bandos com até 30 indivíduos sobrevoando a área (ex: Rua Carlos Weber). Também é visto no alto de prédios e nas copas das árvores. Foto: Rui Othon, feita no bairro. |
Pombo-doméstico
O pombo-doméstico (Columba livia) mede 38 cm. Visto em bandos de tamanhos variáveis. Consome sementes, frutos e restos de alimento. É uma das aves mais comuns em todo bairro, ocorrendo dos parques até as ruas com menos vegetação (ex: Imperatriz Leopoldina). Foto: Alan D. Wilson (Wikipedia).
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Rolinha-roxa
A rolinha-roxa (Columbina talpacoti) mede 17 cm. Vive em casais. Consome grãos que procura no chão. Visita comedouros em jardins e, mais raramente, em varandas de prédios. Pousa nos fios de eletricidade e nos galhos de árvores. É muito comum em todo o bairro. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Espécies comuns do Bairro
Nove espécies são observadas regularmente no bairro. São espécies muito comuns em alguns locais específicos do bairro (ex: João de Barro no Pelezão ou Cemitério da Lapa) , que ocorrem em pequenas quantidades em todo bairro (ex: Carcará) ou espécies que, apesar de comuns, são furtivas e de difícil detecção (ex: sanhaçu-do-coqueiro e pitiguari).
Pardal
O pardal (Passer domesticus) mede de 14 a 16 cm. É visto sozinho, aos pares ou em bandos. Procura alimento no solo, consumindo sementes, flores, insetos, frutos e restos de comida.
Onde e quando encontrá-lo: No bairro, é uma espécie residente e muito comum, especialmente em ruas com muitas casas com telhas (ex: Rua Brentano). Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: fêmea (esquerda) e macho (direita). Claudio Gennari (Wikipedia). |
João-De-Barro
O joão-de-barro (Furnarius rufus) mede entre 18 e 20 cm. Solitário ou em casais. É inconfundível, passando grande parte do tempo caminhando a procura de insetos, minhocas e outros invertebrados de chão.
Onde e quando encontrá-lo: Pode ser visto diariamente no Pelezão e em grandes números. É muito comum em gramados rodeados por áreas arborizadas e jardins. Além do Pelezão, é visto no Cemitério da Lapa e nas praças próximas à linha do trem. Em ruas menos arborizadas ainda é possível ouví-lo cantando a distância. Constrói suas famosas casas de barro no alto de postes e em galhos de árvore. Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Dario Sanches (Wikipedia). |
Sanhaçu-do-Coqueiro
O sanhaçu-do-coqueiro (Thraupis palmarum) possui entre 17 e 18 cm. Em geral, voam aos pares. Consome insetos, frutos e néctar. Onde e quando encontrá-lo: É comum em todas as áreas do bairro que apresentam alguma arborização e está presente o ano todo na região. Porém, é mais discreto do que seu parente, o sanhaçu-cinzento, sendo difícil detectá-lo. É mais fácil vê-lo em comedouros com frutas em varandas e jardins, além de no topo de coqueiros e outras palmeiras. Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Mathias M. Pires |
Corruíra
A corruíra (Troglodytes musculus) mede 12 cm. Solitária. Consome insetos que captura em pedras, muros e troncos de árvores. Se move rapidamente, pulando na folhagem baixa, por entre pedras e raízes, como um camundongo, ou de galho e galho. Onde e quando encontrá-lo: É comum no bairro (ex: Rua Nanuque, Pelezão, cemitério da Lapa, Rua Teerã), mas é mais fácil ouví-la do que vê-la. Pode ser vista próxima a muros, paredes, frestas de casas, raízes de árvores e galhos de arbustos. Canto: Ouça o canto dela aqui. Foto: Dario Sanches (Wikipedia). |
Pitiguari
O pitiguari (Cyclarhis gujanensis) mede 16,5 cm. Solitário. Consome insetos que caça no meio da folhagem. No bairro, é comum em áreas bem arborizadas (ex: Passo da Pátria) e comum no Pelezão. Porém, como se esconde na folhagem e no alto das copas, é muito mais fácil ouvi-lo do que vê-lo [ouça aqui]. Foto: Wagner Machado Carlos Lemes (Wikipedia).
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Andorinha-pequena-de-casa
A andorinha pequena de casa (Pygochelidon cyanoleuca) mede cerca de 13 cm. Em geral voa em pequenos bandos. Consome insetos, que captura em vôo. No bairro, é comum, sendo vista voando por entre os prédios (ex: Carlos Weber). Pode ser confundida com os andorinhões, mas na verdade é um pássaro como bem-te-vis, sabiás e sanhaçus. Ouça o som dessa ave aqui. Foto: Cláudio Dias Timm (Wikipedia).
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Carcará
O carcará ou caracará (Caracara plancus) mede 56 cm. Solitário ou em casais. Dieta variada, consome de animais vivos e frutos até carniça e lixo. É comum no bairro, sendo visto sobrevoando a área ou pousado no alto de prédios (ex: Rua Paulo Franco) ou casas (ex: Rua Racine). Não é parente próximo dos urubus, mas sim de falcões. Foto: Wikipedia.
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Quero-Quero
O quero-quero (Vanellus chilensis) mede cerca de 37 cm. Visto em pares ou grupos. Consome invertebrados no solo, em gramados e banhados. No bairro é comum no Pelezão e é visto ocasionalmente, procurando insetos nos canteiros da Avenida Queiroz Filho ou voando em direção ao Parque Villa-Lobos, no final da tarde. Foto: Wikipedia.
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Asa-Branca
A asa-branca (Patagioenas picazuro) possui cerca de 34 cm. É a ave que inspirou a famosa canção de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. É vista voando sozinha, aos pares ou em pequenos grupos. Quando voa, revela uma faixa branca na asa, que dá o nome a espécie. Consome frutos e sementes que procura no chão. É comum no bairro, em geral voando rapidamente ao redor dos prédios ou pousada nas antenas de casas (ex: Passo da Pátria) e na copa das árvores (ex: EMEI Vila Leopoldina, Pelezão e cemitério da Lapa). Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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A família do Bem-te-vi
No bairro, além do bem-te-vi, há pelo menos outras 16 espécies de aves da família Tyrannidae - a família de aves com mais espécies no planeta (mais de 400 espécies). Algumas das espécies registradas no bairro são relativamente comuns, como o bentevizinho. Outras são comuns apenas na primavera e no verão, como o suiriri. Ainda, há algumas espécies que raramente são registradas.
Bentevizinho
O bentevizinho-de-penacho-vermelho (Myiozetetes similis) possui entre 16 e 18 cm. Vive em pequenos grupos familiares. Consome insetos, que captura em vôo, e pequenas frutas. São encontrados em ruas bem arborizadas do Bairro (ex: Passo da Pátria, Pelezão, Cemitério da Lapa), por onde passam voando de uma copa a outra das árvores. As vezes, pousam nos fios de eletricidade. Apesar de parecido com o bem-te-vi, é menor e seu canto é muito diferente. Ouça aqui. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Suiriri
O suiriri (Tyrannus melancholicus) possui entre 18 e 24 cm. Em geral, solitário. Consome principalmente insetos, que captura em vôo, mas também frutos. O suiriri é mais comum durante a primavera e o verão, quando se torna freqüente em todas as áreas do bairro. São observados em fios de eletricidade e no alto de postes, torres de eletricidade, antenas de casas e prédios e galhos de árvores (ex: Rua Lauro Müller). Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Wikipedia
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Neinei
O neinei (Megarynchus pitangua) mede 21 cm. Em geral solitário. Consome insetos, frutinhos e, eventualmente, pequenos vertebrados. O neinei se parece muito ao bem-te-vi, porém apresenta um bico mais largo. Além disso, o canto é completamente diferente [ouça aqui]. No bairro, é raramente detectado, mas pode ser visto (ou ouvido) próximo a linha do trem, no Pelezão e no Cemitério da Lapa. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Bem-te-vi rajado
O bem-te-vi rajado (Myiodynastes maculatus) mede aproximadamente 22 cm. Solitário. Consome insetos e frutos. Ocorre na USP. No bairro, é freqüente de setembro à março no Pelezão e no Alto da Lapa. É uma das três espécies rajadas de tiranídeos de São Paulo - as outras duas são a Peitica (veja abaixo) e o bem-te-vi-pirata (nunca registrado no bairro). Apesar de parecidas diferem de forma marcante no canto. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Peitica
A peitica (Empidonomus varius) mede 18 cm. Solitária. Consome insetos e frutos. Frequente em São Paulo de setembro à março. A prefeitura da cidade informa que essa ave habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Ocorre na USP. No bairro, eu vi algumas vezes em áreas arborizadas do bairro. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Gibão-de-Couro
O gibão-de-couro (Hirundinea ferruginea) mede aentre 15,5 e 18,5 cm. Solitário, aos pares e em pequenos grupos. Consome insetos em vôo, manobrando rapidamente como as andorinhas. Em nosso bairro eu o vi poucas vezes. Foto: Claudney Neves (Wikipedia).
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Alegrinho
O alegrinho (Serpophaga subcristata) mede aproximadamente 11 cm. Solitário. Consome insetos que procura em árvores baixas (entre 5 e 15 m). Em nosso bairro eu vi alguns indivíduos disputando território apenas uma vez, no Cemitério da Lapa (Setembro/2017). Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Filipe
O filipe (Myiophobus fasciatus) mede aproximadamente 12,5 cm. Solitário. Consome insetos. Em nosso bairro eu vi apenas um indivíduo no Pelezão (Outubro/2017). Foto: Dario Niz (Wikipedia).
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Enferrujado
O enferrujado (Lathrotriccus euleri) mede aproximadamente 13 cm. Solitário. Consome insetos. É muito parecido com o filipe. Em nosso bairro eu vi apenas um indivíduo no Cemitério da Lapa (Outubro/2017) e um indivíduo no Pelezão (Setembro/2018). Foto: Arthur Grosset.
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Tesourinha
O tesourinha (Tyrannus savana), possuindo uma longa cauda, maior nos machos do que nas fêmeas. É visto sozinho, em pares ou, quando migra, em bandos enormes. É um visitante sazonal na cidade, sendo avistado por aqui no fim do ano. Consome insetos e frutos. Eu vi o tesourinha duas vezes no bairro próximo ao CEAGESP (Novembro/2017) e outra pousado no alto de um prédio da Carlos Weber (Dezembro/2017). Foto: Rogier Klappe (Wikipedia).
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Risadinha
O risadinha (Camptostoma obsoletum) mede cerca de 9,5 cm. Solitário. Consome frutos e insetos.
Onde e quando encontrá-lo: Registrei apenas duas vezes no bairro. Uma vez nas áreas próximas a Rua Passo da Pátria (Agosto/2018) e uma vez na Praça Augusto Ruschi, em frente a Padaria Letícia (Dezembro/2018). Foto: Wikipedia. |
Guaracava-de-bico-curto
A guaracava-de-bico-curto (Elaenia parvirostris) mede cerca de 13 cm. Solitária. Consome frutos e insetos.
Onde e quando encontrá-lo: Nunca observei no bairro, mas foi registrada por foto e som na Praça Batuiruçu por Silvia Kamazuka (veja aqui). Foto: Cláudio Dias Timm (Wikipedia). |
Irré
O irré (Myiarchus swainsoni) mede aproximadamente 19 cm. Solitário ou aos pares. Consome invertebrados e frutos. Há outras duas espécies muito similares na cidade de São Paulo: a maria-cavaleira e a maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado. A identificação é muito difícil e pode ser ajudada pelo canto . É encontrada na USP e no Butantã. Em nosso bairro apenas vi dois indivíduos de uma dessas espécies. O primeiro era provavelmente um irré pelo canto (Pelezão, Abril/2017) e o outro não consegui identificar (Outubro/2017). Foto: Carlos H. L. N. de Almeida (Wikipedia).
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Suiriri-cavaleiro
O suiriri-cavaleiro (Machetornis rixosa) mede 18 cm. Solitário. Consome carrapatos e insetos que estão ao redor do gado e da capivara. Está sempre no solo, andando como o joão-de-barro. Eu o vi no bairro apenas duas vezes, na Praça Apecatu (Dezembro/2017 e Dezembro/2018). Foto: Francesco Veronesi (Wikipedia).
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Lavadeira-mascarada
A lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) mede 15 cm. Usualmente sozinha ou em casais. Consome insetos e outros artrópodes. Esta sempre associada a áreas com água, como riachos, brejos e lagoas. Eu nunca a vi no bairro, mas foi registrada por Silvia Kamazuka (Julho/2019). Foto: Wikipedia.
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Gritador
O gritador (Sirystes sibilator) mede 18 cm. Usualmente em casais. Consome insetos. Costuma participar de bandos mistos - bandos formados por indivíduos de diferentes espécies. Eu o vi no bairro apenas uma vez, na Rua Paulo Franco (Agosto/2019). Foto: Hector Bottai (Wikipedia).
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Tiês, saís e saíras
O sanhaçu-cinzento é, provavelmente, a ave mais abundante no bairro. Sanhaçus fazem parte da segunda família mais numerosa de aves do planeta, os Thraupidae (com por volta de 240 espécies, mas com a taxonomia ainda não bem definida). No bairro, a família é representada por 11 espécies, incluindo os dois sanhaçus, a cambacica e quatro espécies comedoras de semente (canário-da-terra, tiziu, cardeal e coleirinho, veja "aves comedoras de sementes"). As outras 4 espécies de thraupídeos - conhecidas como tiês, saís ou saíras - são pássaros coloridos e que consomem frutos e insetos. Dessas, apenas o saí-canário pode ser regularmente encontrado no Pelezão.
Saí-Canário
O saí-canário (Thlypopsis sordida) mede cerca de 13,5 cm. Pode ser encontrado sozinho, aos pares ou em pequenos grupos. Consome frutos, sementes e insetos, que captura na folhagem de árvores e arbustos. É comum no Pelezão. Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Tiê-Preto
O tiê-preto (Tachyphonus coronatus) mede 18 cm. Consome frutos, sementes, flores e insetos. No bairro, eu vi um casal, apenas uma vez (Agosto / 2017). Pode ser visto sozinho, em pares ou em pequenos bandos. Possui um canto muito bonito [ouça aqui]. Foto: Dario Sanches (Wikipedia)
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Figuinha-de-rabo-castanho
A figuinha-de-rabo-castanho (Conirostrum speciosum) mede 11 cm. Vive em pequenos grupos. Consome insetos que caça no meio da folhagem.
Onde e quando encontrá-lo: Eu avistei essa espécie apenas duas vezes: uma vez no Pelezão (Setembro/2017) e outra no Cemitério da Lapa (Junho/2018). Como se esconde no alto das copas de leguminosas, é muito mais fácil ouvi-lo do que vê-lo Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Mathias M. Pires. A fêmea apresenta uma coloração distinta e menos chamativa, veja aqui. |
Saíra-amarela
A saíra amarela Tangara cayana possui por volta de 15 cm. Em geral, ocorre em pares ou pequenos grupos. Consome frutos e insetos
Onde e quando encontrá-lo: Eu só observei um único indivíduo no Pelezão, possivelmente uma fêmea ou um jovem macho (Março, 2018). Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: um macho (por Dario Sanches, Wikipedia). A fêmea e os jovens apresentam coloração menos chamativa, veja aqui. |
Passarinhos Mais fáceis de ouvir do que de se ver
Algumas aves são mais fáceis de se detectar pelo canto do que de se avistar. A cambacica, a corruíra e o pitiguari (veja acima) são exemplos de aves comuns na região, porém quase exclusivamente detectadas pelo canto. Há pelo menos outras 6 espécies de passarinhos que são mais fáceis de se ouvir do que se ver aqui no bairro. Porém foram registradas pouquíssimas vezes.
pula-Pula
O pula-pula (Basileuterus culicivorus) mede 12 cm. Consome insetos que caça no meio da folhagem. No bairro, eu o vi no Pelezão algumas vezes. Porém, como se esconde na folhagem baixa e em arbustos, é muito mais fácil ouvi-lo do que vê-lo [ouça]. Foto: Dario Sanches (Wikipedia)
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Ferreirinho-relógio
O ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum) mede 9 cm. Consome insetos que caça na folhagem de árvores e arbustos. Eu o vi apenas três vezes nas áreas mais arborizadas do bairro (Passo da Pátria e ruas próximas ao Pelezão). Ouça aqui o canto dele. Foto: Joseph C Boone (Wikipedia).
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Juruviara
A juruviara (Vireo chivi) mede 14 cm. Consome insetos que caça no meio da folhagem. As vezes consome frutinhos. No bairro, é as vezes encontrada no Pelezão e no Cemitério da Lapa durante a primavera/verão. Porém, como se esconde na folhagem e na copa das árvores, é muito mais fácil ouvi-la do que vê-la [ouça aqui]. Foto: Dario Sanches (Wikipedia)
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Caneleiro-de-chapéu-preto
O caneleiro-de-chapéu-preto (Pachyramphus validus) mede aproximadamente 18 cm. Solitário, mas pode ser visto junto com outras espécies procurando por alimento. Consome insetos e frutos. Em nosso bairro eu vi apenas uma fêmea (como a da foto) no Pelezão (Outubro/2017). Os machos são diferentes [veja aqui]. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Fim-Fim
O fim-fim (Euphonia chorotica) mede 9,5 cm. Vive sozinho ou em pares. Consome principalmente frutos e dispersa sementes, em especial, das ervas-de-passarinho. No bairro, eu o vi no Pelezão e no Alto da Lapa (Novembro / 2017). Foto: Dario Sanches. A fêmea apresenta uma coloração distinta e menos chamativa, veja aqui.
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Mariquita
A mariquita (Setophaga pitiayumi) mede 10 cm. Solitária. Consome insetos que nas folhas das árvores. Se move rapidamente, pulando nas copas das árvores. Às vezes, forma bandos com a cambacica e a figuinha-de-rabo-castanho.
Onde e quando encontrá-lo: Só a registrei uma única vez na rua Lauro Müller (Julho/2018). Canto: Ouça o canto dela aqui. Foto: Dario Sanches (Wikipedia). |
Os outros Sabiás
Sabiás são pássaros canoros de tamanho médio que consomem insetos e frutos, muitas vezes obtidos no chão. O sabiá-laranjeira é, de longe, o sabiá mais comum do bairro. De cada 10 sabiás que você observar no bairro, 9 serão dessa espécie. Porém há ainda outras três espécies de sabiás que podem ser vistas por aqui. Destas, o sabiá-do-campo é a mais comum.
Sabiá-do-Campo
O sabiá-do-campo (Mimus saturninus) mede entre 23 e 25 cm. Ocorre em em pequenos bandos. Consome invertebrados e frutos. No bairro, é comum em algumas áreas como em ruas mais arborizadas (ex: Passo da Pátria e Cemitério da Lapa), gramados e, eventualmente, em antenas e torres de eletricidade. Ouça os cantos dessa ave aqui. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Sabiá-barranco
O sabiá-barranco (Turdus leucomelas) mede de 22 a 23 cm. Solitário ou em pares. Consome invertebrados e frutos. Não e raro nas áreas mais arborizadas do bairro, ex: Barão da Passagem e Pelezão. Pode ser facilmente confundido com o sabiá-poca. Foto: Dario Sanches (Wikipedia)
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Sabiá-poca
O sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) mede 21 cm. Solitário ou em pares. Consome invertebrados e frutos. É relativamente comum em algumas áreas do bairro, como o Pelezão e no Cemitério da Lapa. É mais comum no bairro entre o fim de maio e o fim de novembro, como ocorre no Butantã. Pode ser confundido com o sabiá-barranco. Foto: Rui Othon (2013), feita no bairro.
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Pássaros-Pretos
Os pássaros-pretos formam uma família de aves (Icteridae) conhecida por algumas espécies canoras muito populares, como a graúna ou melro (espécie eventualmente encontrada em gaiolas do bairro) No bairro, a espécie que pode ser mais usualmente vista é o chupim, uma ave que não é conhecida por seu canto, mas por colocar os ovos no ninho de aves de outras espécies.
Chupim
O chupim (Molothrus bonariensis) mede cerca de 20 cm. Mais facilmente visto quando em bandos a procura de alimento no solo ou quando piando para os pais adotivos. É um parasita de ninho, usando outras espécies, como o tico-tico, para criar os filhotes. Consome insetos e sementes que procura no chão. No bairro, é com na primavera e no verão, sendo visto em gramados rodeados por áreas arborizadas e jardins (ex: canteiros na Passo da Pátria e Cemitério da Lapa). Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Wikipedia.
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Corrupião
O corrupião (Icterus jamacaii) mede aproximadamente 23 e 26 cm. Consome frutos, néctar de flores, ovos, insetos e outros invertebrados. Em nosso bairro eu vi um indivíduo jovem apenas uma vez, no Pelezão (Outubro/2017). Provavelmente, o indivíduo escapou do cativeiro. Foto: Wikipedia.
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Encontro
O encontro (Icterus pyrrhopterus) possui cerca de 20 cm. É solitário ou vive aos pares. Consome invertebrados, frutos e néctar de flores. Há anos eu vi um indivíduo no bairro. Ele visitou o bebedouro para beija-flor e o comedouro com frutas em minha varanda por algumas semanas e desapareceu. Em Novembro/2017 eu vi dois indivíduos no EMEI Leopoldina. Ouça o canto dessa ave aqui.
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Pássaros comedores de sementes
Os pássaros consumidores de sementes eram mais comuns no bairro antes da grande urbanização. Porém, algumas espécies - como o tico-tico e o pintassilgo - ainda podem ser vistas em áreas com grandes gramados.
Tico-Tico
O tico-tico (Zonotrichia capensis) mede 15 cm. Visto aos pares. Consome sementes, brotos, frutos e insetos que procura no chão. No bairro, é freqüente nos gramados e jardins do Pelezão e no cemitério da Lapa. É possível ouvir seu canto no Alto da Lapa. A prefeitura da cidade informa que essa espécie habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Ouça o canto dessa ave aqui. Foto: Mathias M. Pires.
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Pintassilgo
O pintassilgo (Sporagra magellanica) mede de 11 cm. É visto sozinho ou em bandos. Consome sementes e frutos secos. No bairro, pode ser visto nos pinheiros do Cemitério da Lapa. Foto: macho (em cima, Dario Sanches - Wikipedia) e fêmea (embaixo, Wikipedia).
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cardeal
O cardeal (Paroaria coronata) possui 18 cm. Em geral, voam aos pares ou em grupos. Consomem grãos e artrópodes.
Onde e quando encontrá-lo: No bairro eu nunca o vi. Foi registrado por Adelmo Machado na Rua Nagel (Julho/2020). Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Fotos: Wikipedia. |
Coleirinho
O coleirinho (Sporophila caerulescens) possui 12 cm. Em geral, voam aos pares ou em grupos, algumas vezes com indivíduos de outras espécies, como o tiziu. Consome sementes de capim.
Onde e quando encontrá-lo: No bairro eu só vi um indivíduo, uma vez, voando na borda do Parque Villa-Lobos, na Avenida Queiroz-Filho (Dezembro/2018). Canto: Ouça o canto dessa ave aqui. Fotos: Dario Sanches (Wikipedia): macho (em cima) e fêmea (embaixo). |
Tiziu
O tiziu (Volatinia jacarina) mede 11,5 cm. É visto aos pares ou em pequenos bandos. Consome sementes de gramíneas e insetos. O macho é facilmente reconhecido por saltar cantando "tiziu" em cercas e galhos. Vi um casal uma única vez (Setembro/2017) na Praça Emílio Pasetti. Fotos: Dario Sanches (Wikipedia): macho (em cima) e fêmea (embaixo).
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Canário-da-terra
O canário-da-terra (Sicalis flaveola) mede 13,5 cm. É visto aos pares ou em pequenos bandos. Consome sementes no chão. Não o vi no bairro, mas já o observei nos gramados da USP. Rui Othon o avistou no cemitério da Lapa. Apesar do nome, não é parente próximo do canário-do-reino. Foto: fêmea (à direita) e macho (amarelo, à esquerda). Dario Niz (Wikipedia).
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Bico-de-Lacre
O bico-de-lacre (Estrilda astrild) mede 10,5 cm. Em pequenos bandos. Consome sementes de gramíneas em terrenos baldios e jardins. É uma ave de origem africana, introduzida no Brasil por navios mercantes.
Onde e quando encontrá-lo: Eu o vi apenas uma vez no bairro, no estacionamento da Cobasi (Março, 2019). Canto: ouça o canto dessa ave aqui. Foto: registro fotográfico da ave no bairro feito por Rui Othon (2013). |
beija-flores
O beija-flor tesoura ou tesourão é o único beija-flor realmente comum no bairro. Porém, na primavera, eu observei outras duas espécies de beija-flores. Uma terceira espécie também já foi registrada na região.
besourinho-de-bico-vermelho
O besourinho-de-bico-vermelho (Chlorostilbon lucidus) é um pequeno beija-flor (7,5 e 10,5 cm). Solitário. Visita flores para conseguir néctar. No bairro, eu vi essa espécie apenas uma vez (uma fêmea no Pelezão, Setembro 2017). Fotos: macho (em cima, Marcos André, Wikipedia) fêmea (embaixo, Wikipedia).
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beija-flor-PAPO-BRANCO
O beija-flor-papo-branco (Leucochloris albicollis) mede 10 cm. Solitário. Visita flores para conseguir néctar. No bairro, nunca vi este beija-flor, mas foi registrado por Silvia Kamazuka no Pelezão (Julho/2019). Fotos: Wikipedia.
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beija-flor-de-fronte-violeta
O beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis) mede 11 cm. Solitário. Visita flores para conseguir néctar. No bairro, eu o vi apenas poucas vezes. Fotos: macho (em cima, Leon-bojarczuk, Wikipedia) fêmea (embaixo, Dario Sanches, Wikipedia).
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Andorinhas & andorinhões
Há 4 espécies de andorinhas e andorinhões registradas no bairro. A andorinha pequena de casa (veja acima) é, sem dúvida, a mais comum. Andorinhões podem ser vistos voando a procura de insetos, mas apenas na primavera/verão. Apesar da semelhança, andorinhas e andorinhões não são aves aparentadas. As andorinhas (família Hirundinidae) são pássaros como o bem-te-vi, o joão-de-barro, o sabiá e o sanhaçu. Já os andorinhões (família Apodidae) são parentes do beija-flor.
andorinhão-do-Temporal
O andorinhão-do-temporal (Chaetura meridionalis) possui 14 cm. Pode ser visto em pequenos grupos. Consome insetos, que captura em vôo. No bairro, é freqüente na primavera e verão, voando em céu aberto. No entanto, pode ser visto desde Agosto voando sobre o Pelezão. Nunca se empoleira em fios ou galhos.
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Taperuçu-de-coleira-branca
O taperuçu-de-coleira-branca (Streptoprocne zonaris) é um andorinhão grande (21 cm). Consome insetos em vôo. Nunca se empoleira em fios ou galhos. Nem sempre é possível ver a coleira branca contra o Sol.
Onde e quando encontrá-lo: No bairro eu só vi durante duas semanas (Novembro/2016). É visto eventualmente na USP. Foto: Wikipedia. |
andorinha-doméstica-grande
A andorinha-doméstica-grande (Progne chalybea) é uma andorinha relativamente grande (16 e 18 cm) que consome insetos em vôo. No bairro, eu vi apenas uma única vez, voando perto da ponte do Jaguaré (Novembro/2016). Foto: Charles Sharp (Wikipedia).
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Aves de Rapina
As aves de rapina são os principais predadores em nosso bairro. Foram registradas, além do urubu e do carcará, 10 espécies de rapinantes no bairro. Destes, os mais comuns são falcão-de-coleira, o gavião-miúdo e o gavião-carijó, todos residentes no bairro. As demais espécies são visitantes muito ocasionais e foram registradas pontualmente. É interessante notar que falcões e gaviões não são parentes próximos. Falcões e carcarás são aves aparentadas a passarinhos e maritacas. Já os gaviões e águias são aves aparentadas a urubus, tucanos, pica-paus e corujas
Falcão-de-Coleira
O falcão-de-coleira (Falco femoralis) variam de tamanho conforme o sexo. Os machos medem entre 35 e 38 cm e as fêmeas entre 43 e 45 cm. Solitário ou em casais. Consome insetos, répteis, morcegos e aves. Não é raro no bairro e o vi sobrevoando a Rua Paulo Franco, empoleirado nas antenas de casas, prédios e restaurantes na Rua Nanuque e nas árvores próximas ao Cemitério da Lapa e ao Pelezão. Foto: Elaine R. Wilson (Wikipedia).
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Quiriquiri
O quiriquiri (Falco sparverius) é um falcão que mede de 23 a 27 cm. Solitário. Consome insetos e, ocasionalmente, vertebrados como pequenos roedores e passarinhos. É raro no bairro, sendo visto voando rapidamente por entre prédios ou empoleirado nas antenas dos prédios (ex: Rua Brentano). Apesar de parecido com gaviões, é parente próximo dos carcarás. Foto: Mathias M. Pires
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Falcão-Peregrino
O falcão-peregrino (Falco peregrinus) mede de 31 a 41 cm. Fêmeas são bem maiores que machos. Solitário ou em casais. É um dos predadores mais extraordinários do planeta, caçando primariamente aves e eventualmente outros vertebrados. No bairro, eu o vi uma única vez no alto de um prédio perto da Rua Brentano (Dezembro/2017). Em São Paulo é um visitante vindo da América do Norte e pode ser visto de Dezembro a Março. Foto: Carlos Delgado (Wikipedia).
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Carrapateiro
O carrapateiro (Milvago chimachima) mede 40 cm. Solitário, em casais ou, raramente, em pequenos grupos. Consome principalmente parasitas que remove do gado, capivara e veados. Porém, a dieta variada, consumindo insetos, carniça, ovos, filhotes de outras aves e frutas. Só o vi duas vezes no bairro, sobrevoando a Praça Cyla Remundini em direção ao Parque Villa-Lobos (Maio/2017) e sobrevoando a rua Schilling (Abril/2018). É parente próximo do carcará e dos falcões. Foto: Wikipedia.
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Tauató-miúdo
O Tauató-miúdo (Accipter striatus), como outros gaviões, variam de tamanho conforme o sexo. Os machos são menores, com cerca de 24 cm. As fêmeas são maiores, com cerca de 35 cm. Solitário ou em casais. Consome pequenas aves. No bairro é frequentemente visto, em geral sobrevoando a área ou caçando no Pelezão. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Gavião-carijó
O gavião-carijó (Rupornis magnirostris) mede de 31 a 41 cm. Fêmeas são maiores que machos. Solitário. Consome pequenas aves, lagartos, morcegos e insetos. É visto frequentemente empoleirado em postes nas estradas. No bairro, eu o vi nos eucaliptos próximos ao Pelezão, nas antenas de casas (ex: Barão de São Gabriel) e voando por sobre o bairro (ex: Rua Schilling. Foto: Wagner Machado Carlos Lemes (Wikipedia).
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Gavião-de-Cauda-Curta
O gavião-de-cauda-curta (Buteo brachyurus) mede de 35 a 45 cm, fêmeas maiores que machos. Solitário ou em pares. Consome vertebrados, principalmente aves. Possui duas colorações, uma clara (foto acima) e uma escura (veja aqui). Eu vi indivíduos das duas colorações sobrevoando o bairro poucas vezes (Pelezão, cemitério da Lapa e Rua Nanuque). Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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O sovi (Ictinia plumbea) mede aproximadamente 34 cm. Solitário ou em bandos. Consome insetos (incluindo aleluias de cupins e formigas), lagartos e serpentes. Em nosso bairro eu vi apenas uma vez, no Pelezão (Setembro/2017). Em São Paulo é um visitante sazonal, ocorrendo de Agosto a Abril. Foto: Mathias M. Pires.
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Gavião-asa-de-Telha
O gavião asa-de-telha (Parabuteo unicinctus) mede entre 48 e 56 cm. Ao contrário de outros gaviões pode ser visto caçando em grupos familiares. Consome roedores, coelhos, gambás, aves e insetos. Eu vi um grupo com três indivíduos nas árvores na entrada do Pelezão uma única vez (Outubro/2017). Foto: Wikipedia.
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Coruja-buraqueira
A coruja-buraqueira (Athene cunicularia) mede entre 21,5 e 28 cm. É uma coruja ativa durante o dia e a noite. Consome roedores, insetos, gambás, morcegos, lagartos e sapos. Foi registrada apenas uma vez na Ponte do Jaguaré (Abril/2019) por Patricia Coltri. É encontrada na USP (Praça do Relógio) e no Parque Villa-Lobos. Foto: Wagner Lemes (Wikipedia).
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Maritacas, papagaios e periquitos
Maritaca é um nome dado para várias espécies da família dos papagaios, periquitos e araras (Psittacidae), em especial para aves menores que o papagaio. No bairro, além do periquito-rico e do maracanã-nobre, há outras 6 espécies de psitacídeos eventualmente observadas no bairro. Destas, no entanto, apenas o papagaio-verdadeiro é relativamente comum. Além dessas espécies, há registros de escapes de psitacídeos domésticos, como a calopsita e o inseparável (Agapornis), porém eles aparentemente não sobrevivem em liberdade na região.
Papagaio-verdadeiro
O papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) mede entre 35 e 37 cm. Voa em casais ou em bandos. Consome sementes e frutos. É observado ocasionalmente no bairro, em árvores (ex: Rua Lauro Müller), no alto de prédios ou voando por cima do bairro. Foto: Wikipedia.
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Periquitão-maracanã
O periquitão-maracanã (Psittacara leucophthalmus) mede 32 cm. Voa em casais ou em bandos. Consome sementes e frutos. É raramente visto no bairro e pode facilmente ser facilmente confundido com a maracanã-nobre, esta última muito mais comum no bairro. Foto: Wikipedia.
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Periquito-de-encontro-amarelo
O periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri) mede 22 a 23,5 cm. Visto em bandos, em muitos casos, na cidade de São Paulo, na companhia do periquito-rico. Consome sementes, frutos, coquinhos e flores que procura em árvores e arbustos. É muito parecido com o periquito-rico sendo a única diferença visível a relativamente grande marca amarela na asa. No bairro, é bem menos comum do que o periquito-rico. Pode ser visto em ruas arborizadas (ex: Alto da Lapa). Foto: Rui Othon, feita no bairro.
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Tuim
O tuim (Forpus xanthopterygius) mede 12 cm. Voa em casais ou em bandos. Consome sementes e frutos. A prefeitura da cidade informa que o tuim habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Eu o vi apenas duas vezes no bairro, usando casas de joão-de-barro como ninho no Cemitério da Lapa (Setembro/2017) e na Praça Emílio Pasetti (Novembro/2017). Ainda, há registro fotográfico da ave no bairro (Rui Othon, 2013, veja aqui). Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Jandaia-de-testa-vermelha
A jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga auricapillus) mede 30 cm. Voa em bandos. Consome sementes e frutos. Nunca o vi no bairro ou nas proximidades, mas há registro fotográfico de um indivíduo no bairro, voando junto a um bando de periquitões-maracanãs. Foto: Rui Othon, 2014, na Vila Leopoldina.
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maitaca verde
A maitaca-verde (Pionus maximiliani) também é conhecida como maritaca. Mede entre 25-29 cm. Voa em casais ou em bandos. Consome sementes e frutos. A observei apenas uma vez no bairro, em Novembro/2010. Foto: Nick Athanas.
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Bacurau
O bacurau é uma ave noturna comum em áreas abertas como campos e pastos. Ela não tem parentesco com as corujas, sendo uma espécie da família Caprimulgidae e parente distante de beija-flores e andorinhões.
O bacurau (Nyctidromus albicollis) mede até 28 cm. Ave noturna de difícil observação, mas comum em pastos e campos. Consome insetos.
Onde e quando encontrá-lo: Registrei apenas uma vez o canto do bacurau da Rua Nanque (Abril/2020). Foto: Paul Tavares. |
Pombos e Rolinhas
Pombos e rolinhas são aves que sobrevivem mesmo nas áreas mais sem-vida do bairro. Além do pombo-doméstico, da rolinha-roxa e da asa-branca, apenas uma outra espécie da família Columbidae é comum no bairro: a avoante. Além dela, há um registro de uma pomba-amargosa no bairro.
Avoante
A avoante (Zenaida auriculata) mede até 25 cm. É vista voando sozinha, aos pares ou mesmo em bandos com milhares de indivíduos. No entanto, na cidade, em geral é vista em pequenos bandos. Consome grãos e brotos que procura no chão ou em plantações. Também consome restos de alimento. Apesar de ser usualmente comum em áreas urbanas e rurais, é pouco freqüente em nosso bairro, sendo mais avistada na EMEI Vila Leopoldina, Pelezão e cemitério da Lapa. No entanto, como no caso da Asa-Branca, seus números parecem estar aumentando. Foto: Arthur Chapman (Wikipedia).
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Pomba-amargosa
A pomba-amargosa (Patagioenas plumbea) mede até 34 cm. É vista voando sozinha ou aos pares. Consome sementes e frutos. Nunca a registrei no bairro, mas foi registrada por Uêdson Rêgo no CEAGESP. Foto: Wikipedia.
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Cucos
A alma-de-gato é a espécie da família Cuculidae mais comum no bairro e, apesar do tamanho, é discreta e passa despercebida. Outras duas espécies de cucos, os anus, são espécies comuns em áreas abertas, porém raramente vistas no bairro.
Alma-de-Gato
A alma-de-gato (Piaya cayana) é inconfundível, com a sua longa cauda. Solitário. Consome insetos, principalmente lagartas, que caça por entre as folhas das árvores. Eventualmente consome frutas e ovos. No bairro é comum, mas apenas ocasionalmente vista, voando de uma árvore a outra, tanto nas áreas mais arborizadas (ex: Pelezão) como em áreas com menos árvores (ex: Paulo Franco). A prefeitura da cidade informa que essa espécie habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Anu-preto
O anu-preto (Crotophaga ani) mede de 35 a 36 cm. Em geral em grupos. Consome artrópodes, lagartixas, camundongos, rãs e frutos. Eu vi um bando de anus-pretos poucas vezes no bairro, caçando na folhagem e no solo do Pelezão (Agosto e Outubro/2017). Foto: José Reynaldo da Fonseca (Wikipedia).
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Anu-Branco
O anu-branco (Guira guira) mede de 36 a 42 cm. Em geral em grupos familiares. Consome artrópodes, répteis, roedores, filhotes de outras aves e eventualmente frutos. Eu vi o anu-branco duas vezes em nossa região, ambas em canteiros da Avenida Queiroz-Filho, próximos ao Parque Villa-Lobos (Outubro/2017). Foto: Aaron Siirila (Wikipedia).
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Pica-paus E Arapaçus
Há 4 espécies de pica-paus (família Picidae) confirmadas para o bairro. Destas, apenas o joão-velho é comum. Além dos pica-paus, há também registro de uma espécie de arapaçu. Apesar de lembrarem os pica-paus, arapaçus são parentes próximos do joão-de-barro, enquanto os pica-paus são parentes próximos dos tucanos.
João-Velho
O joão-velho (Celeus flavescens) mede entre 27 e 30 cm. Vive solitário ou aos pares. Se alimenta de insetos e frutas, que procura de galho em galho. No bairro, é comum vê-lo no Cemitério da Lapa e no Pelezão e em áreas próximas. Foto (macho): Mathias M. Pires. A fêmea não apresenta a mancha vermelha na cabeça.
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Pica-pau-verde-barrado
O pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros ) mede 28 cm. Vive solitário ou aos pares. Se alimenta de formigas, larvas de inseto e frutas, que procura de galho em galho ou descendo ao solo. No bairro o vejo com alguma freqüência no Pelezão. Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Pica-pau-do-campo
O pica-pau-do-campo (Colaptes campestris) possui cerca de 32 cm. Vive em casais ou pequenos grupos. Alimenta-se de insetos, especialmente cupins e formigas, que em geral captura no solo. Após anos desde o último registro (no EMEI Dona Leopoldina) eu o ouvi próximo ao cemitério da Lapa (Junho/2017) e vi um pequeno grupo na praça Apecatu (Outubro/2017). Foto: Mathias M. Pires.
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Pica-pau-de-Banda-Branca
O pica-pau-de-banda-branca (Dryocopus lineatus) possui cerca de 33 cm. Solitário. Alimenta-se de insetos, especialmente larvas que brocam a madeira. Onde e quando encontrá-lo: eu o vi apenas uma vez nas árvores da Rua Nanuque (Dezembro/2017). É relativamente comum na USP.
Foto: Dario Sanches (Wikipedia) |
Arapaçu-do-cerrado
O arapaçu-do-cerrado (Lepidocolaptes angustirostris) mede 20 cm. Solitário ou em casais. Consome insetos, aranhas, lagartixas e rãs. Sobe os troncos, agarrado pelos pés, em pequenos pulos ou voando de tronco em tronco. Não o vi no bairro ou nas proximidades, mas há registro fotográfico da ave no bairro: a foto acima feita por Rui Othon (2014).
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Aves aquáticas
Há 11 espécies de aves no bairro que são aquáticas (como patos e biguás) ou que vivem na beira de rios e lagos (garças e martins-pescadores). No entanto, elas geralmente são vistas apenas sobrevoando o bairro ou próximas ao Rio Pinheiros. Algumas habitam o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado.
Garça-branca-Grande
A garça-branca-grande (Ardea alba) mede de 80 a 104 cm. Solitária. Consome principalmente peixes, mas também rãs, répteis, roedores, pequenas aves e lixo. Raramente a vejo sobrevoando o bairro (ex: Rua Brentano), no córrego situado na Rua Passo da Pátria ou sobrevoando o Rio Pinheiros, limite sudoeste do bairro. A prefeitura da cidade informa que a garça-branca-grande habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Foto: Adelmo Machado, tirada no bairro (Rua Nagel).
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Biguá
O biguá (Phalacrocorax brasilianus) mede 75 cm. Solitário, em pares e ou em grupos, que voam em formação em "v". Consome peixes, e crustáceos. Raramente é possível vê-lo sobrevoando o bairro ou o Rio Pinheiros, limite sudoeste do bairro. Foto: Dario Sanches (Wikipedia)
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Martim-pescador-vERde
O martim-pescador-verde (Chloroceryle amazona) mede 29 cm. Geralmente visto sozinho. Consome peixes e crustáceos. Eu o registrei apenas uma vez, cruzando a Avenida Queiroz Filho (Agosto/2020). Fotos: Wikipedia (fêmea, em cima; macho, embaixo)
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Martim-pescador-pequeno
O martim-pescador-pequeno (Chloroceryle americana) mede 19 cm. Geralmente visto sozinho. Consome peixes e crustáceos. A fêmea é similar ao macho, mas não apresenta a faixa castanha, veja aqui. Eu o registrei apenas uma vez no Pelezão (Julho/2018). Foto: Wikipedia.
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garça-branca-pequena
A garça-branca-pequena (Egretta thula) mede 51-61 cm. Solitária ou em bandos. Consome artrópodes, anfíbios e répteis. Eu vi apenas uma vez dois indivíduos voando por sobre o Rio Pinheiros, uma das fronteiras do bairro (Maio/2019). Já foi registrado no CEAGESP. Foto: Frank Schulenburg (Wikipedia).
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Garça-vaqueira
A garça-vaqueira (Bubulcus ibis) mede 51-61 cm. Solitária ou em bandos. Alimenta-se de insetos e pequenos vertebrados. Consome moscas e outros insetos associados ao gado.
Onde e quando encontrá-la: Eu vi apenas uma vez um indivíduo voando por sobre a Rua Carlos Weber (Novembro/2019). Foto: Start Burns (Wikipedia). |
Socó-Dorminhoco
O socó-dorminhoco (Nycticorax nycticorax) mede 60 cm. Solitária. Noturna, passa a maior parte do dia dormindo. Consome peixes, anfíbios, répteis, crustáceos e insetos. A prefeitura da cidade informa que essa ave habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Nunca o vi no bairro, mas já o vi nas proximidades (USP). Foto: Wikipedia.
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MARIA-FACEIRA
A maria-faceira (Syrigma sibilatrix) mede de 53-64 cm. É a maior garça do Brasil. Solitária. Consome insetos, minhocas, peixes, anfíbios e pequenos roedores. Nunca a vi no bairro mas foi registrada por Murilo Vicente às margens do Rio Pinheiros (Junho/2019). Foto: Wikipedia.
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Garça-moura
A garça-moura (Ardea cocoi) mede de 125 cm. É a maior garça do Brasil. Solitária. Consome peixes, rãs, caranguejos e pequenos répteis. A prefeitura da cidade informa que a garça-moura habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Nunca a vi no bairro e apenas uma vez nas proximidades (raia da USP). Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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Irerê
O irerê (Dendrocygna viduata) é um dos patos mais conhecidos do país, medindo por volta de 44 cm. Inconfundível. Vive aos pares ou em bandos, que podem ter muitos indivíduos. Se alimenta de plantas aquáticas, gramíneas, invertebrados e pequenos peixes e girinos. A prefeitura da cidade informa que essa ave habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Nunca o vi no bairro. Foto: Wikipedia.
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Ananaí
A ananaí (Amazonetta brasiliensis) é uma marreca pequena, medindo cerca de 40 cm. Vive aos pares ou em grupos, inclusive com outras espécies de marrecas. Filtra a água a procura de plantas aquáticas e invertebrados. A prefeitura da cidade informa que essa ave habita o Parque Villas-Bôas, atualmente fechado. Nunca a vi no bairro, mas frequentemente a vejo nas proximidades (USP). Foto: Dario Sanches (Wikipedia).
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